Tive a felicidade – na altura achava que não – de frequentar uma universidade que estabelecia exames orais obrigatórios.
Independentemente da nota do exame escrito, lá íamos no frio de Fevereiro ou no calor de Julho esperar, engravatados e interminavelmente, pela nossa vez de entrar na sala e enfrentar o júri.
Reconheço. Tive exames orais dos quais me orgulho e outros menos. E reconheço ainda que, regra geral, as notas corresponderam aos conhecimentos adquiridos e demonstrados naqueles exames.
Se nas orais excelentes, os conhecimentos estavam interiorizados, possibilitando-me correlacionar questões, aprofundar problemáticas, e desenvolver a matéria em discurso desenvolto e coerente. Já nos exames orais menos bons, a matéria era debitada. O discurso era estanque. Seguia uma postura defensiva e um discurso ensaiado.
Os júris, com a experiencia que tinham e têm. Identificam estas situações.
Embora residuais, nunca gostei dos exames orais em que não dominava a matéria ao ponto de as discutir realizando-me intelectualmente. Sentia sempre uma incapacidade de ir plus ultra. E isso importunava-me.
Lembrei-me dos meus tempos de faculdade ao assistir ao debate entre Francisco Assis e António José Seguro. O primeiro corresponde ao aluno que chega a um exame oral e, descontraidamente, desenvolve ideias, conhecimentos e propostas ao sabor da temática debatida. O segundo, tenso e inseguro, vai respondendo às questões que lhe são apresentadas, desenvolvendo aqui e ali. Introduzindo questões que não se relacionam, mas têm de ser ditas para provar os conhecimentos adquiridos.
Os júris, i.e., os socialistas portugueses, com a experiencia que têm. Identificam estas situações.
Veremos que notas dão aos candidatos e o que querem para o seu partido.
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