quarta-feira, 13 de julho de 2011

O fantasma

Vieira da Silva, esse fantasma do passado que apreciaríamos poder esquecer, brinda-nos com algumas afirmações exumadas de um baú de velhas práticas: i) "O Governo disse há não muito tempo que não ia usar o passado para justificar as suas acções. Se o começa a fazer, esse sim, é um desvio colossal"; e ii) "... todos os responsáveis políticos devem ter cuidado quando se pronunciam sobre a credibilidade das contas públicas."

Quanto à explicação sobre o desvio, Tavares Moreira dá-se ao trabalho de a adiantar. Quanto ao resto, seria verdadeiramente extraordinário que o Governo actual, para justificar a bondade das suas medidas, tivesse apenas que se ater ao presente e, talvez, invocar o futuro, porque, quanto ao passado, as dívidas pública e externa mais os défices ficariam por conta da ordem natural das coisas: estamos falidos e pronto - a culpa será da Divina Providência ou das alterações climáticas. Finalmente, gente de pouca subtileza como eu acha que a credibilidade das contas públicas se reforça com a verdade sobre as contas públicas. Vieira da Silva acha que ela, a credibilidade, se reforça com língua de pau e propaganda. Não tivesse eu respeito pelas credenciais democráticas do senhor e ousaria lembrar-lhe que o seu ponto de vista dele poderia ser subscrito por algumas personagens já falecidas que, por pudor, não nomeio.

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