quinta-feira, 7 de julho de 2011

Venenos e antídotos

Ainda ontem falava da mal disfarçada alegria dos derrotados de há um mês por causa do downrating do nosso crédito. Exprimi-me mal: não há qualquer disfarce, como se pode ver aqui. Diz Hugo Mendes: "Hoje, assume-se que a austeridade já não funciona (ou seja, não convence as agências e os mercados)..."

Até agora, não houve cortes sérios na despesa, o que houve foi algum aumento de impostos. Objectivamente, o que foi feito em quase nada se distingue da marca de água da governação socialista - a diferença está no MoU e no que o novo Governo diz serem as suas intenções. E acredito não seja um caso do olha para o que eu digo não olhes para o que eu faço: com 15 dias não seria talvez possível que as coisas fossem de outra maneira.

Aguardo três meses - com crise ou sem crise, o novo Poder tem o direito de ter tempo para conhecer os cantos à casa e preparar os instrumentos da mudança. Depois falamos; ainda que o médico que propina o antídoto não tenha exactamente um excesso de disponibilidade para discutir terapias com o envenenador.

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