domingo, 3 de julho de 2011

Palavrões e outras modernidades

Andam pr'aí uns reaccionários, uma gente vagamente zangada com as descontracções do nosso tempo, sempre a torcer, nas pequenas e nas grandes coisas, o nariz à modernidade. Esta gente até pode dizer palavrões no seu dia-a-dia; e, se viver no Norte, di-los com naturalidade e frequência. Mas não vê com bons olhos a americanice no trato (Álvaro, quantos e quais serviços é que vai extinguir no seu Ministério?), como não vê com simpatia o uso de palavrões no discurso escrito. Entendamo-nos: Henry Miller pôde usar palavrões, Jorge Amado pôde usar palavrões, e Luís Pacheco, e uma infinidade de outros ilustres defuntos; nos que vivem, até mesmo escritores menores como Miguel Esteves Cardoso usam da mesma liberdade sem despertar engulhos. Mas a escribas de blogues e jornais, mesmo que de sucesso, recomendar-se-ia - os reaccionários recomendariam - contenção. Lembrei-me deste ralhete, para o qual òbviamente não tenho autoridade, por causa deste texto.

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