A interrupção voluntária da gravidez é traumática. E um direito. Um direito que, ao contrário do que se diz, não foi conquistado pelas mulheres, mas por partidos políticos. Partidos políticos interessados no contentamento do seu eleitorado. E desinteressados pelas mulheres, pela natalidade que lhes é intrínseca, e – arrisco - pela Biologia, Psicologia, Direito e Moral.
O aborto não é uma conquista, não se festeja. A sua legalização não foi motivo de contentamento. Por detrás do acenar de bandeiras da esquerda estavam mulheres objecto no processo político de legalização do aborto. Fragilizadas pelas dificuldades sociais, psicológicas e económicas.
A Interrupção voluntária da gravidez é fruto do imediatismo político, legislativo e social. É proibido ponderar, reflectir. A sociedade tropeça em si mesma. E cai no ridículo.
O IGAS, Inspecção Geral das Actividades em Saúde recomenda que objectos alusivos à infância ou do foro religioso sejam removidos dos gabinetes médicos e de apoio psicológico e social onde é prestado atendimento a estas utentes.
Porque, no processo de interrupção voluntária da gravidez, o que realmente traumatiza a mulher abortiva é a existência de um peluche ou uma imagem de Nossa Senhora no consultório do médico ou psicólogo.
Prefiro quando o IGAS recomenda práticas com vista à eliminação das listas de espera e adopção de boas práticas médicas. Dá-nos mais jeito.
Diogo,
ResponderEliminarninguém festejou o aborto.
Celebra-se, isso sim, o fim da respectiva criminalização.
Quanto aos imperativos de Biologia, Psicologia, Direito e Moral, os únicos permanentes são os da Biologia.
Tudo o mais é volúvel:
Santo Agostinho e S. Tomás de Aquino defendiam a "não pecaminosidade" do aborto se efectuado até à sétima semana (momento em que a alma entraria no feto, curiosamente à semelhança dos budistas).
Essa foi a posição oficial da Igreja até 1869, quando Pio IX (o "infalível") declarou que o aborto é um pecado independentemente das circunstâncias.