quinta-feira, 7 de julho de 2011

O despertar da Direita

Parte da Direita já despertou para o verdadeiro problema da crise das dívidas soberanas. Se, até agora, a crise era essencialmente interna e com um único culpado, José Sócrates, a Direita começa já a distinguir as formas do actual ecossistema financista e os vultos dos seus verdadeiros predadores.
Ninguém o pode negar: parte do problema é da responsabilidade dos políticos que nos governam desde 1985. Mas também é profundamente sofismático afirmar que é a existência de um Estado Social que dá à crise a sua dimensão actual.
A crise, sabemo-lo há muito, e sabe-o agora também a Direita, não passa de um movimento estratégico concertado, numas partes mais noutras menos, entre oligopólios financeiros, agentes políticos que odeiam a Europa social e os talibãs da Economia: os neoliberais, para quem o Estado é apenas uma forma de garantir o direito de propriedade (quando não uma forma de garantir negócios rentistas).
A Direita já despertou para uma dura realidade: a guerra económica sempre existiu, existe, e com a globalização passou a utilizar países inteiros como mera carne para canhão.
O Partido Socialista não alterou o seu comportamento. Como diz Ferreira Fernandes no Diário de Notícias, o PS não está a pagar na mesma moeda, está ao lado do Governo PPD/PP na indignação perante mais um bombardeio financeiro. Tendo sido sempre essa a postura do PS, é de lamentar que tenha sido preciso o PPD e o PP chegarem ao Governo para (em conjunto com o Presidente da República) passarem para este lado da barricada.O que podemos dizer? Bem vindos à guerra por Portugal e pela Europa. Derrotámos nazis, fascistas e estalinistas: juntos venceremos de novo.

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