De acordo com os cálculos do Governo, o imposto extraordinário permite arrecadar mais 800 milhões de euros.
Gostaria de saber se esses cálculos têm em conta a diminuição do consumo e a consequente diminuição da receita do IVA. Se a Confederação do Comércio estiver certa e tal medida conduzir a uma diminuição do consumo na ordem dos 500 milhões de euros, o IVA sofrerá uma quebra de sensivelmente 100 milhões. O Governo teve-o em conta?
Gostaria de saber se o Governo teve em conta a possibilidade de muitos consumidores retraírem ainda mais os seus hábitos de consumo, haver uma nova quebra da actividade económica e inerente corte da receita fiscal. Se tiver tido em conta tal possibilidade, em quanto estima essa diminuição? Se houver uma diminuição de 5% da receita de IVA em 2012...
Gostaria de saber se os cálculos têm também em conta o impacto desta medida no IRC. Vendendo menos, as empresas geram menos receita e vão pagar menos impostos. Quanto é que o Governo estima perder em IRC?
Gostaria de saber se os cálculos têm em conta o número de empresas que vão fechar em sectores como o dos brinquedos ou o das bebida espirituosas ou ainda o dos electrodomésticos e dos produtos electrónicos e se têm em conta o desemprego que vão causar? O Governo calculou a diminuição das receitas de IRC, IRS e Segurança Social que isso implica? E calculou o acréscimo do subsídio de desemprego e de outras prestações sociais?
Enfim, gostaria de saber se, para além de inconstitucional e mal explicado, o imposto extraordinário vai mesmo permitir um encaixe de 800 milhões de euros. Algo me diz que não... mas reservo a minha opinião definitiva para um momento posterior ao da prestação dos esclarecimentos... porque eles vão ter de chegar!
Meu caro,
ResponderEliminarpedes o impossível: que este Governo faça contas antes de avançar com propostas.
A verdade é que o caderno de encargos neoliberal tem muito pouco que ver com a realidade e muito a ver com a ideologia financista...