Primeiro de tudo queria dizer que essa "notícia" do ABC, através de uma metáfora simples, retrata muito bem o Sr. José Sócrates. Em tradução livre: "O condutor que vai em contra-mão e que diz que todos os demais é que vão em contra-mão e ele bem"
Não obstante, como habitante à quase 4 anos em Espanha, tenho alertar para o seguinte:
1) Este retrato não corresponde à visão que se tem do Sr. José Sócrates em Espanha. O Sr. José Sócrates é um perfeito desconhecido.
2) Na realidade qualquer político português da actualidade com excepção de Durão Barroso é um perfeito desconhecido em Espanha.
3) Este artigo é um artigo de opinião que está escrito num jornal de centro-direita em Espanha.
Adicionalmente, como enquadramento, deixem-me dizer-vos que o jornalismo em Espanha não tenta apresentar o quer que seja de forma isenta. Sobre uma mesma notícia, os jornais de esquerda e de direita apresentam 2 mensagens totalmente diferentes, do estilo: se para um o copo está seco para o outro está a transbordar (e na realidade está meio cheio)
Recordando um caso mais exagerado, lembram-se do Ministro da propaganda Iraquiano dizendo que estavam a ganhar a guerra e o exército anglo-americano já estava a entrar em Bagdad? Às vezes este tipo de situações acontecem no jornalismo espanhol, dada a subjectividade aplicada.
Tudo isto vem da Guerra Civil Espanhola, que terminou antes da 2ª Guerra Mundial, mas ainda se nota na sociedade uma divisão entre Vermelhos ("Rojos") e Nacionalistas.
Para vosso conhecimento, a transição da Ditadura Franquista foi controlada, ao contrário do 25 Abril, o que permitiu alterar o status quo de forma muito suave. Por exemplo, os monumentos da Ditadura Franquista só foram retirados com a chegada de Zapatero ao poder com a Lei da Memória Histórica (que na realidade consiste em apagar todos os sinais do Franquismo).
Dito isto:
1) Quando se lê uma peça jornalística ou um artigo de opinião em Espanha é preciso saber quem a escreve
2) Neste caso estou totalmente de acordo com a metáfora!
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