sexta-feira, 25 de março de 2011

O que ficou por dizer

No último fim de semana, em Viseu, o CDS reuniu-se para discutir ideias, fazer um ponto de situação do país, traçar diagnósticos e apresentar alternativas de governação responsáveis para a Nação.

Este foi, pelo menos, o motivo que me fez deixar a minha filha no dia do Pai e ir para as longínquas (mas bonitas) terras beirãs.

Fruto das circunstâncias, não foi isso que aconteceu. Dias antes José Sócrates faz um indescritível ultimato ao país, "O PEC ou o caos", e arrasta-nos a todos para uma espiral política incontrolável, que culminou na sua demissão através do site da presidência e na "crise" política que se seguiu.

Este facto fez com que um espaço que se queria de discussão de ideias e projectos para o país se transformasse numa peça em três actos: 1) O país está uma desgraça 2) a culpa é do Sócrates e 3) o Dr. Paulo Portas é a pessoa indicada para nos tirar da desgraça.

Com mais ou menos consciência, acho que todas as pessoas presentes em Viseu estavam já convencidas destes três pontos, os dois primeiros factos são públicos e notórios e o terceiro, pelo menos para as pessoas que, como eu, persistem em ser militantes do CDS, é também fácil de concluir.

No entanto, e porque muita comunicação social por lá andava, o congresso e o partido entendeu que, perante a crise, a discussão de ideias estava manifestamente prejudicada pelos acontecimentos, pelo que a mesma deveria ser adiada sine die, devendo o partido concentrar-se em marketing político durante todo o fim de semana.

Para quem, como eu, ia para lá apresentar propostas (as tais POPES) e discutir essas mesmas propostas, o ambiente tornou-se irrespirável. Depois da apresentação das 19 (??) ideias diferentes para Portugal, o congresso voltou à lenga lenga da peça a três actos e boicotou que essas mesmas POPES fossem convenientemente apresentadas e, principalmente, discutidas.

Compreendendo, em parte, esta opção, não posso deixar de lamentar esta estratégia até porque entendo que o congresso não é a comissão política e deve servir para ouvir os militantes e não, apenas, os membros da direcção.

Assim, e porque não foi possível expressar e discutir tais ideias em sede própria, deixo aqui a oportunidade para, quem quiser, tomar conhecimento sobre alguns dos pontos que foram propostos, para tirarem as conclusões que entenderem adequadas.

Com Alternativa e Responsabilidade!

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