quarta-feira, 30 de março de 2011

Fui ao site do PS

Porque Sócrates nos irá presentear com as expressões “maledicência”, “falta de decoro” e “irresponsabilidade política” durante a campanha eleitoral, fui conhecer a sua propaganda e trabalho de governação.

No site do Partido Socialista deparei-me com o item “marcas” que consiste nas linhas orientadoras e conquistas deste Governo. Vejamos:


a) Politicas Sociais O PS defende a integração, protecção, segurança social, o combate à exclusão, e acrescenta que o Estado Social é uma conquista civilizacional. Diz ainda que se distingue daqueles que “mesmo quando o mundo atravessa a maior crise económica desde a II Guerra Mundial, insistem em privatizar, parcial ou totalmente, as funções sociais do Estado”.


É possível um Estado Social com diferentes mecanismos, veja-se o terceiro pilar da segurança social. Mas o PS erra na segunda parte. A TAP e a RTP não são entidades necessárias para o desenvolvimento e prossecução das funções sociais do Estado. E se se referem às escolas, a defesa a escola pública não pode pressupor o ataque ao ensino cooperativo.

b) Politicas de Qualificação O PS combate o défice de qualificações. Investiu no ensino profissional e no inglês no 1.º ciclo, na generalização dos computadores, no programa Novas Oportunidades e na internacionalização do ensino universitário. E remata: “Fruto destas reformas, as próximas gerações estarão inequivocamente melhor preparadas para lidar com os desafios de amanhã”.


Duvido. A impreparação é preocupante, os computadores propaganda, as novas oportunidades venda de expectativas, e à internacionalização do ensino universitário chama-se Erasmus.


c) A Reforma do Estado e da Administração Pública Para o PS era mister reformar o Estado. “Evitando gastos supérfluos e eliminando desperdícios, para podermos investir naquilo que realmente interessa. (…) para apoiarmos as empresas e as famílias. É graças a esse esforço que hoje o Estado está em condições de acudir as famílias e empresas afectadas pela crise económica mundial”


Seria verdade se o Primeiro-Ministro tivesse ouvido as advertências dos demais partidos políticos. Mas não. O Governo não ouviu e foi incapaz de diminuir a despesa do Estado. O apoio às famílias e empresas reflecte-se na mais alta taxa de desemprego, nos 5,6 milhões de portugueses devedores de créditos, 17 mil estudantes que recorreram ao crédito estudantil e nas insolvências que já não são notícia.


d) Economia e Desenvolvimento O PS não vê “a redução do défice orçamental como um fim em si mesmo (…) actuámos ao nível da regulação” E a prioridade da política económica é, entre outras, “orientação do QREN e os fundos comunitários para a agricultura e pescas no sentido de apoiar o esforço de modernização das explorações agrícolas (…) com particular atenção às pequenas e médias empresas”.


Mais uma inverdade. A redução do défice era o objectivo final deste Governo, e para atingir essa meta desprezou as famílias e empresas, apresentando quatro ineficazes PEC’s. A regulação é uma ilusão e a que existe é medíocre. Na agricultura e pescas vimos um Governo que nenhuma importância reservou à salvaguarda e defesa dos interesses dos agricultores e pescadores portugueses. E as PME’s vão encerrando fruto da asfixia fiscal.


e) Liberdade, Segurança e Cidadania Alvitra o PS que após anos de secundarização das políticas externa, administração da justiça, segurança interna e defesa nacional, “o actual Governo lançou um amplo conjunto de reformas.”


Que se consubstanciaram na quase extinção do SIS e do SIED, na falta de meios das policias, e na degradação da justiça que para além de intempestiva é agora cara.


Estes serão argumentos que Sócrates irá usar na próxima campanha eleitoral.


Falta-lhe o decoro e a responsabilidade política.

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