quinta-feira, 26 de maio de 2011

Há cada vez mais gente a pensar como nós?


Aquando do referendo do Aborto colocou-se a questão entre legalizar ou liberalizar o aborto.

Nessa altura os representantes do SIM quiseram separar as águas dizendo que uma coisa não tinha nada a ver com a outra.

Uma coisa seria descriminalizar a situação de uma mulher que, em estado de necessidade e movida por um despero que coartava a sua vontade, se via impelida à prática do aborto.

Outra coisa, totalmente diferente (defendiam os apoiantes do SIM), seria permitir que uma mulher, sem motivo nenhum que o justificasse, optasse pelo aborto como quem compra um preservativo ou toma uma pílula.

Ainda houve uns, mais radicais, que entraram por esta linha dura, aventando a teoria de "é o meu corpo faço com ele o que quero", mas a verdade é que a linha oficial, a moderada, defendia apenas uma situação classificada como "estado de necessidade" (esquecendo-se da existência dessa figura na lei penal), para argumentar no sentido da exigência da lei, com o intuito de evitar situações "de facto" que já se verificavam e que era necessário terminar.

Passados pouco anos, e tal como já referi aqui, a aplicação da lei do aborto tem-se demonstrado desastrosa, existindo 250 mulheres que já abortaram três vezes neste curto espaço de tempo e mulheres que já fizerem mais do que três abortos...

O CDS, no referendo do aborto, foi o único partido a defender o "NÃO" ao aborto, chamando a atenção para os efeitos nefastos de uma eventual lei, nomeadamente para os perigos da utilização do aborto, de forma abusiva, como método contraceptivo.

Na vigência da actual lei, foi uma deputada do CDS que comandou a luta pela revisão da mesma, chamando a atenção já não para os perigos mas para a realidade de um abuso de direito manifesto por parte de mulheres que utilizam a lei do aborto, os serviços públicos, os hospitais públicos, as licenças e os subsídios que lhes são atribuídos, para sustentar um método contraceptivo altamente discutível...

O PSD parece, agora, ter acordado para o tema e quer fazer "sua" uma questão relativamente à qual nunca demonstrou qualquer consenso ou posição coerente.

Será que as sondagens estão a assutar PPC ou há, realmente, casa vez mais gente a pensar como nós?

Sem comentários:

Enviar um comentário