terça-feira, 10 de maio de 2011

L'État c'est moi

Já em 2009, na campanha para as autárquicas, Elisa Ferreira nos tinha brindado com a famosa pérola "Pintaram os bairros, mas esqueceram-se de vos dizer que o dinheiro é do Estado, é do PS"...

Ontem foi José Sócrates, falando dos misteriosos submarinos (que emergem sempre antes das eleições), que deixou escapar "Você comprou os submarinos, mas fui eu que os paguei"...

Estes aparentes descuidos de linguagem dos responsáveis socialistas dizem muito da postura do PS em relação ao Estado.

O aparelho do estado é o seu recreio, os gabinetes pertencem-lhes por direito próprio, eles são o povo, em cada um deles há zé povinho reincarnado (nos homens), ou uma marianne de cabelos ao vento (nas mulheres).

Eles colocam ilustres amigos desconhecidos no CA da PT, eles encomendam pequenos almoços com o Figo no último dia de campanha, eles instauram processos disciplinares aos procuradores que se atrevem a investigar o freeport, eles fazem PEC atrás de PEC prometendo sempre que "este será o último", eles prometem cheques bébé que nunca chegam a sair do livro de cheques e obrigam o líder da oposição a dançar o tango...

Tudo isto de um modo impune, tudo com o sentimento de propriedade de quem movimenta soldadinhos de chumbo num campo de batalha imaginário...

O simples facto de alguém sequer pensar em retirar-lhes o brinqueado faz com que percam as estribeiras, se indignem e se descontrolem ao ponto de colocarem por palavras aquilo que lhes vai na alma.

O Estado é o PS!

E ai de quem se atreva a sugerir o contrário...

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